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domingo, 10 de abril de 2011

RECEITAS

ALFABETIZANDO CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS


Bom, é importante identificar qual é o comprometimento do aluno e não estipular até onde ele pode chegar, mas trabalhar respeitando seu tempo e suas necessidades.
Nos primeiros meses, o professor-alfabetizador deve elaborar sua rotina levando em consideração três pontos fundamentais:
1) Ele é um modelo de leitor de géneros variados e um manipulador de uma diversidade de suportes textuais
2) Ele é um modelo de escritor que se comunica
3) Ele é um escriba da turma
Assim, quando elaboramos uma rotina, independente das NEE, devemos ler variados gêneros para turma todos os dias, para que todos adquiram um vocabulário diversificado e estimule sua imaginação. Meu exemplo de rotina do ano passado:
SEGUNDA - LEITURA DE CONTOS DE FADAS OU LENDAS
TERÇA - LEITURA DE TEXTOS POÉTICOS (MÚSICA, POESIA, RIMAS, ETC.)
QUARTA - LEITURA DE TEXTOS INSTRUCIONAIS ( RECEITAS, MANUAL DE COMO FAZER UM BRINQUEDO, POR EXEMPLO, ETC.)
QUINTA - LEITURA DE PARLENDAS (IMPORTANTÍSSIMO PARA A CRIANÇA ADQUIRIR TEXTOS DE MEMÓRIA E ASSIM COMEÇAR A BRINCAR DE ESCREVER SOZINHA USANDO SUAS ESTRATÉGIAS)
SEXTA - LEITURA DE TEXTOS INFORMATIVOS ( FICHA DE UM ANIMAL, DE UM FILME, ETC.)

Num segundo momento, é importante que os alunos explorem cópias de seus documentos (RG, Certidão de nascimento, Carteira de vacinação, teste do pezinho, etc.). Ela pode identificar seu próprio nome em meio a outras palavras que aos poucos vai percebendo. No caso de uma criança com NEE, ela pode pintar seu próprio nome, sua idade, os nomes de seus pais, etc...São documentos que ela deve manipular para que se identifique como um sujeito e um indivíduo no mundo.
As próximas actividades de exploração devem respeitar os gostos do aluno. Exemplo, a receita de sua comida preferida, a letra da música que mais gosta, o significado de seu nome, sua árvore genealógica, fotografias de sua vida no qual possa escrever juntamente com a professora uma legenda. Ela deve manipular todos estes textos para que crie uma consciência da escrita em seu mundo.
Aos poucos pode trazer para sala panfletos de supermercados próximos se sua casa. A professora pode propor a elaboração de listas de estabelecimentos conhecidos. Se a criança não tiver tanto comprometimento pode trabalhar com o auxílio do professor, ou com letras móveis para construir sua própria escrita.
Algo que faço no início do ano é um jogo com os textos. Dou-lhes o texto e peço para que façam bolinhas entre as palavras. No início alguns circulam todas as letras, mas com o passar do tempo passam a entender a brincadeira e começam a perceber que há palavras de uma letra, duas, três, quatro, etc. Pintar frases inteiras de parlendas. Pintar ou circular textos. Pintar ou circular autores. Pintar a letra solicitada. Localizar uma palavra. Textos fatiados em letras, palavras, frases. A dificuldade vai depender do aluno, mas o texto é o mesmo.
Isso é um investimento para o futuro leitor-escritor. No final do ano estão craques em compreender a estrutura do texto.
Eu sempre fazia registos com textos informativos do que nós havíamos aprendido sobre um determinado assunto, ou um relato. Há crianças que acompanham, outras nem tanto. O aluno com NEE também pode registar, se não puder de forma escrita, pode colar letras móveis com o auxílio da professora ou de um colega. É importante que a criança participe da mesma aula. A professora pode adaptar a actividade para todos os perfis de aluno.
Para crianças com NEE, texto pode ser trabalhado, sempre de forma adaptada para que ela desenvolva habilidades diversas juntamente com seus colegas. O tempo dela deve ser respeitado.

E se nos lembrarmos de que


“As representações de sucesso e fracasso são construídas pelo sistema escolar e tem maior impacto no destino dos alunos que as desigualdades de competências que estes possam apresentar”.

           
(Perrenould, 2001

SOFTWARES EDUCATIVOS PARA PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

Neste endereço: http://www.acessibilidade.net/at/kit2004/comunicacao.htm#cobshell
Poderemos conhecer o CD-ROM – KIT NECESSIDADES ESPECIAIS que possui 33 programas desenvolvidos para Pessoas com Necessidades Educativas Especiais em contextos educativos. Os programas foram desenvolvidos pelo Centro de Engenharia de Reabilitação em Tecnologias de Informação e Comunicação – CERTIC – da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - UTAD de Portugal. Os aplicativos são gratuitos e a maioria está disponível na Internet. Os programas estão desenvolvidos em três categorias que são:
- Softwares Educativos
- Acesso ao Computador
- Comunicação
Para cada programa há uma descrição da sua funcionalidade, o endereço na Internet dos autores e proprietários, o idioma, algumas ilustrações, e sugestões de utilização e instalação.
A reprodução do CD está condicionada a autorização do CERTIC/UTAD. Poderá ser autorizada a reprodução para a utilização de pessoas com deficiência, fins educativos, espaços públicos de acesso à Internet ou outros, não-lucrativos. Outro tipo de utilização deverá ser solicitada aos autores dos programas.
Para se ter o acesso ao programa, pode-se fazer o download a partir da Internet de forma a obter as versões mais recentes da aplicação. Existe uma versão deste documento na internet no endereço www.acessibilidade.net
Os softwares são muito interessantes, vale a pena conhecer.
Sonia/RS

TECNOLOGIAS ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES DE ACESSO AO COMPUTADOR

Ao ler o questionamento da colega Simone sobre ferramentas, instrumentos ou equipamentos possíveis de serem utilizados em nossos laboratórios de informática para trabalhar com pessoas com necessidades especiais, fiquei a refletir sobre essa questão. Sabemos que para trabalharmos na perspectiva da inclusão, reconhecendo e respeitando as diferenças, não basta somente facilitar ou permitir o acesso. Além de oportunizar recursos para facilitar ou permitir o acesso, é necessário, também, que estes recursos possibilitem formas de interação e de realização de ações, sendo aliados na construção da aprendizagem. O acesso ao computador adaptado com teclados e mouses alternativos, softwares especiais, por exemplo, são fundamentais, para que haja um relacionamento com o ambiente tecnológico de aprendizagem. Existem adaptações de acesso ao computador que foram criadas para pessoas que necessitam dessas modificações. Essas adaptações são:
  • MÁSCARA DE TECLADO OU COLMÉIA DE ACRÍLICO → É uma placa de plástico ou de acrílico transparente onde são feitos furos do tamanho das teclas e que quando fixada a certa distância acima do teclado evita que a pessoa que apresenta movimentos involuntários aperte todas as teclas ao mesmo tempo.
  • TECLADOS ALTERNATIVOS → Os teclados alternativos podem ser reduzidos ou ampliados. O teclado expandido possui letras maiores, em alto contraste e com menor número de informações na prancha. O teclado reduzido é utilizado quando a pessoa tem boa coordenação, mas pequena amplitude de movimento.
  • TECLADO SENSÍVEL → O teclado sensível é uma prancha que pode ser programada em zonas de tamanhos variáveis. Funciona associado a um programa que realiza a programação do número de informações, local de pressão e que pode estar ou não associado a um sintetizador de voz.
  • MOUSE ADAPTADO → o usuário não precisa movimentar o mouse, basta tocar botões fixos. Existem vários modelos: mouse com 5 botões, cada um deles faz o cursor andar para uma direção e o último é o do click ou double click; mouse cujo movimento do cursor acontece através de rolos; mouse em formato de caneta, entre outros.
  • TELA SENSÍVEL AO TOQUE → É um tipo de tela sensível à pressão, onde o usuário com o dedo na tela comanda o cursor do mouse.
    Fontes:http://www.comunicacaoalternativa.com.br/adcaa/comput/computador.asp

As Tecnologias e as NEE

Qual a relação entre Tecnologias Assisitivas e educação?
Como é a realidade brasileira em se tratando de Tecnologias Assistivas?

Tecnologias Assistivas

A TA deve ser entendida como um auxílio - recursos e serviços – “que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência ou pelo envelhecimento.”
Seu objetivo é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade. Pode variar de um par de óculos ou uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado.
O serviço de TA auxiliará, a partir da avaliação do usuário, na seleção ou confecção do recurso apropriado, na elaboração de estratégias para um bom desempenho funcional e na aplicação e ensino de utilização do recurso, em prática contextualizada, na tarefa pretendida.
Os serviços de TA comumente envolvem profissionais de áreas como a: terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia, educação, psicologia, enfermagem, medicina, engenharia, arquitetura, design e técnicos de muitas outras especialidades.
Não há uma classificação única e definitiva para as TAs, podendo-se incluir auxílios para a vida diária e/ou prática - tais como talheres modificados, suportes para utensílios domésticos (alimentação), roupas de manuseio facilitado, recursos para transferência, barras de apoio -;

passando por órteses e próteses; mobiliário e adaptações;
a adaptações de hardware e softwares; em áreas de necessidade pessoal como comunicação, mobilidade, transporte, educação, trabalho, lazer e outras.



A TA é entendida como o recurso do usuário, da pessoa com deficiência e atende sua necessidade pessoal de desempenhar funções do cotidiano de forma mais independente. Todo projeto para prescrição e utilização de um recurso TA implica no envolvimento direto de seu usuário, do conhecimento de seu contexto e deve, portanto, valorizar suas intenções funcionais, bem como suas competências atuais, que serão "ampliadas" pela utilização do recurso proposto. Também o contexto, meio onde a pessoa com deficiência está ou deseja estar inserida, pode necessitar adequações no sentido de promover acessibilidade e possibilidades de seu desempenho autônomo em tarefas por ele exigidas.
Cabe salientar que apenas alguns centros universitários em nosso país estão dando os primeiros passos neste tema da TA e que a formação de nossos profissionais brasileiros, que poderiam estar envolvidos com a temática da TA, ainda é muito pequena, não sendo este um assunto obrigatório nas graduações da saúde, reabilitação, educação e nem mesmo das engenharias.
Constata-se que ainda existe um desconhecimento das várias áreas de atuação profissional, que poderiam estar envolvidas em pesquisas e práticas de TA e sabemos que os cidadãos brasileiros com deficiência não conhecem seus direitos de acesso à TA, conforme consta em nossa legislação; e mesmo que os serviços públicos não estão organizados no sentido da promoção de vida independente e inclusão.
Quando acontecer, de fato, a inclusão dos nossos "pacientes" e "alunos com deficiência", sujeitos então de seu próprio desenvolvimento e atores no seu processo de reabilitação e educação, seremos obrigados a rever nossos conceitos e nossas ações.
A cartilha: "O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular", editada com o apoio de Ministério da Educação, através da SEESP, caracteriza o atendimento educacional especializado como "aquilo que é necessariamente diferente do ensino escolar para melhor atender às especificidades dos alunos com deficiência. Isto inclui, principalmente, instrumentos necessários à eliminação de barreiras que as pessoas com deficiência têm para relacionar-se com o ambiente externo. Por exemplo: o ensino da língua brasileira de sinais (LIBRAS), do código braile, uso de recursos de informática e outras ferramentas tecnológicas, além de linguagens que precisam estar disponíveis nas escolas comuns para que elas possam atender com qualidade aos alunos com deficiência".
Percebemos, então, que o tema da TA transcende à atuação restrita da Saúde / Reabilitação, inserindo-se apropriadamente no campo da educação. Nela, esta temática deve ser área do conhecimento e da prática da educação especial, pois favorecedora da inclusão escolar, tem a cumprir um papel de extrema importância.
Todos os recursos de TA produzidos, importados e comercializados em nosso país ainda estão vinculado à temática, quase que exclusiva, da reabilitação e são divulgados em feiras que acontecem paralelamente a eventos desta área do conhecimento. Muitos dos que atualmente trabalham, tanto na reabilitação, como no desenvolvimento destes recursos, desconhecem o conceito e a prática da TA. Para os próprios profissionais há a confusão ou não distinção do que seja tecnologia de reabilitação e tecnologia assistiva.
No Brasil encontramos comercializados recursos de alta qualidade no que diz respeito a órteses, próteses, cadeiras de rodas, acessórios de adequação postural, informática e demais recursos para cegos, comunicação aumentativa e alternativa e recursos de informática para deficientes físicos, recursos para surdos, entre outros. No entanto, este grupo de profissionais ainda não se organizou como parte de uma única rede. Podemos também afirmar que são poucos os cidadãos brasileiros com deficiência que usufruem a TA em alguma de suas modalidades.
É importante ressaltar que as decisões sobre os recursos de acessibilidade que serão utilizados com os alunos, têm que partir de um estudo pormenorizado e individual, com cada aluno. Deve começar com uma análise detalhada e escuta aprofundada de suas necessidades, para, a partir daí, ir optando pelos recursos que melhor respondem a essas necessidades. Em alguns casos, é necessária também a escuta de diferentes profissionais, como terapeutas ocupacionais ou fisioterapeutas, ou outros, antes da decisão sobre a melhor adaptação.

A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA...


No âmbito educativo:
*      Trabalha com objetivos educativos, atitudinais, e conceituais similares para todos os alunos;
*      Mas as estratégias devem ser variadas e especializadas, coordenadas com as atuações no âmbito familiar e sócio-econômico;
*      Ritmo de ensino aprendizagem: deve acompanhar o ritmo dos alunos, feitas as adaptações curriculares necessárias;
*      Currículo: amplo e bem equilibrado, funcional, apropriado pra a idade mental, centrado não apenas na aquisição de habilidades mas também dirigido a proporcionar uma melhoria na qualidade de vida dos educandos.
*      com pessoas com Transtornos de Aprendizagem apresenta características diferenciais em função do âmbito da intervenção: educativo, familiar e sócio-comunitário
*      Deve-se partir das necessidades especiais e singulares do nível de desenvolvimento e etapa da vida de cada pessoa...

SINAIS IMPORTANTES PARA A ESCOLA OBSERVAR NOS ALUNOS E RECOMENDAR UMA VISITA A UM ESPECIALISTA


Em escolares:
1.      Redução significativa de interesse e atenção;
2.      Redução do rendimento escolar ou presença de transtornos de aprendizagem
3.      Presença de comportamentos de hiperatividade, impulsividade ou desatenção com freqüência maior que o esperado
4.      Abandono de atividades antes desejadas
5.      Retraimento social
6.      Perturbações súbitas do sono (relato da criança ou da mãe) acompanhadas de um dos itens acima;
7.      Reações emocionais violentas;
8.      Rebeldia, birra, implicância, atividades de oposição;
9.      Preocupação ou ansiedade exageradas.

SINAIS IMPORTANTES PARA A ESCOLA OBSERVAR NOS ALUNOS E RECOMENDAR UMA VISITA A UM ESPECIALISTA
Em adolescentes
1.      Redução significativa no rendimento escolar;
2.      Abandono de atividades antes prazerosas, de amigos ou familiares;
3.      Mudança de conduta:alterações do sono, do apetite;
4.      Agressões freqüentes, rebeldia, oposição ou reações violentas;
5.      Comportamentos destrutivos;
6.      Comportamento sexualizado excessivo.
TRABALHO COM A CRIANÇA
*      Orientar a criança sobre o que é esperado dela em termos de comportamento e aprendizagem, detalhando as razões pelas quais ele está em atendimento;
*      Fornecer informações diretas e claras sobre o transtorno, deixando sempre aberto o canal para futuras dúvidas;
*      Usar de rotinas previsíveis (horário, local, comportamento do profissional) mas evitar tarefas repetitivas ou longas e priorizar  novidades e exercícios curtos;
*      Procurar manter acordos indagando a criança como ela pode aprender melhor;
*      Usar recursos como gravador, computador, jogos (jogos de regras permitem o aprendizado de limites, participação social, o saber ganhar/perder, o desenvolvimento cognitivo e o refazer superando erros), leitura em voz alta, contar e escrever histórias, gibis, exercícios sensório motores, de raciocínio, introduzindo sempre novidades para manter a atenção, a motivação e descobrir o estilo de aprendizagem da criança;
*      Recompensar o bom comportamento e desempenho, elogiando e encorajando a transposição de limites;
*      Estabelecer limites devagar e firmemente, mas nunca usando de punição ou de reprimendas para evitar frustração, o medo ou a baixa auto-estima;
*      Trabalhar sempre a noção de tempo, espaço, seqüenciação, atenção.
*      Dosar as instruções em quantidades que permitam um desempenho positivo do aluno, na maior arte das ocasiões;
*      Estimular respostas individuais promovendo feedback imediato ao aluno;
*      Procurar envolver a criança no processo de aprendizagem de maneira a encorajá-lo e motivá-lo à transpor suas limitações
*      O aluno, seja criança ou adolescente, é uma pessoa a ser respeitada, tratada afetivamente dentro das normas sociais do grupo.

FRACASSO ESCOLAR, PSICOPEDAGOGIA E AFETIVIDADE


Causas  principais do fracasso escolar:
         @ 30%: transtornos  de aprendizagem
O sucesso na aprendizagem escolar tem grande influência sobre o desenvolvimento cognitivo e afetivo
afeto    --    auto estima   --   motivação     --     aprendizagem